Hoje,
na cidade de Davi, nasceu para nós o Salvador do mundo,
que
é o Cristo Senhor! (cf. Lc 2, 11)
Estamos vivendo um tempo de graça, pois no dia 25 de dezembro fazemos memória
mais uma vez de um grande evento que marcou e continua marcando a história da
humanidade. A história de um Deus, do único Deus que se encarna, que se torna
humano. Como nos diz Santo Inácio nos Exercícios Espirituais (EE 102) “a Santíssima Trindade olha a realidade da humanidade
e ver que esta ainda não consegue viver a plenitude do amor, ou seja, a doação,
a fraternidade, a justiça, o respeito, a Trindade ver tanta gente desperdiçando
o dom mais preciso que foi concedida por Ela aos seres humanos, o dom da vida,
pois muitos deixam se guiar pelo desamor, vendo toda esta realidade a Trindade
decide e envia Jesus ao mundo”.
Jesus se encarna em uma realidade simples, em uma pequena cidade, Belém
de Galiléia, nasce em um estábulo, juntos com animais. Um Deus que mostra que o
essencial na vida nasce da simplicidade. Os primeiros que vão visitar ao Deus
Menino são também pessoas simples, pastores, que no tempo de Jesus eram
discriminados e não possuíam grande importância na sociedade, pessoas simples
conseguem ter mais abertura para acolher a simplicidade de Jesus que se encarna
em nossa realidade sofrida e oprimida pelo império romano. Os pastores não
estavam sós, estavam com os anjos do Senhor e de verem, ou melhor, de tanta
admiração cantam a Deus um canto que ressalta a vida e a missão da novidade que
chega ao nosso mundo, “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados! (Lc 2, 14).
Jesus nasce com uma bonita missão, a
de nos salvar, de falar e nos mostrar a importância do amor, de nos mostrar que
cada ser
humano é capaz de amar e ser amado, pois Jesus não veio só para os judeus, mas
para toda a humanidade. Isto está expresso pelo segundo grupo de pessoas, os
reis magos, que vieram de longe, do oriente, estes não eram judeus mais
estrangeiros, pessoas que reconhecem a realeza, a divindade e a humanidade de
Jesus a partir dos presentes que oferecem ao recém nascido.
Infelizmente a história de Jesus, o seu nascimento e o
seu modo de viver a simplicidade, o amor, e o amor aos mais pobres, vai marcar
profundamente a vida pública de Jesus, está sendo trocada pelo papai Noel, pelo
consumismo, pelo luxo. Não digo que não façamos nossa ceia, que não compremos
um presente singelo e significativo, mas não podemos trocar e muitos menos se
esquecer de quem é a festa, a festa não é do consumismo e muito menos do papai
Noel, a festa é de Jesus, Deus que se humaniza, que vem ao nosso encontro, que
vem habitar em nosso mundo para nos ensinar a viver como irmãos e irmãs, que nos
ensina que o essencial na vida é invisível aos olhos, que a simplicidade, não
só de coração, mas de atitude deve marcar a nossa vida. De um Deus que prefere
se encarnar em uma realidade simples e optar pelos pobres, isto para nos ajudar
a compreender o valor da pessoa humana, da simplicidade, da solidariedade, do
respeito a toda forma de vida e do amor aos pobres e de sermos pobres não só de
sentimento, mas antes de tudo de eleger aos pequeninos, esquecidos e
marginalizados da sociedade e ajudarmos a viver dignamente como seres humanos,
vivendo assim, o reino da fraternidade, do amor e da justiça. E que possamos
encontrar em cada ser humano a novidade trazida por Jesus Cristo, que cada ser
humano é a presença viva do Deus da vida.
Silas Silva
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