sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal, a novidade de um Deus que se humaniza


Hoje, na cidade de Davi, nasceu para nós o Salvador do mundo,
que é o Cristo Senhor! (cf. Lc 2, 11)


Estamos vivendo um tempo de graça, pois no dia 25 de dezembro fazemos memória mais uma vez de um grande evento que marcou e continua marcando a história da humanidade. A história de um Deus, do único Deus que se encarna, que se torna humano. Como nos diz Santo Inácio nos Exercícios Espirituais (EE 102) a Santíssima Trindade olha a realidade da humanidade e ver que esta ainda não consegue viver a plenitude do amor, ou seja, a doação, a fraternidade, a justiça, o respeito, a Trindade ver tanta gente desperdiçando o dom mais preciso que foi concedida por Ela aos seres humanos, o dom da vida, pois muitos deixam se guiar pelo desamor, vendo toda esta realidade a Trindade decide e envia Jesus ao mundo.
Jesus se encarna em uma realidade simples, em uma pequena cidade, Belém de Galiléia, nasce em um estábulo, juntos com animais. Um Deus que mostra que o essencial na vida nasce da simplicidade. Os primeiros que vão visitar ao Deus Menino são também pessoas simples, pastores, que no tempo de Jesus eram discriminados e não possuíam grande importância na sociedade, pessoas simples conseguem ter mais abertura para acolher a simplicidade de Jesus que se encarna em nossa realidade sofrida e oprimida pelo império romano. Os pastores não estavam sós, estavam com os anjos do Senhor e de verem, ou melhor, de tanta admiração cantam a Deus um canto que ressalta a vida e a missão da novidade que chega ao nosso mundo,Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados! (Lc 2, 14).
Jesus nasce com uma bonita missão, a de nos salvar, de falar e nos mostrar a importância do amor, de nos mostrar que cada ser humano é capaz de amar e ser amado, pois Jesus não veio só para os judeus, mas para toda a humanidade. Isto está expresso pelo segundo grupo de pessoas, os reis magos, que vieram de longe, do oriente, estes não eram judeus mais estrangeiros, pessoas que reconhecem a realeza, a divindade e a humanidade de Jesus a partir dos presentes que oferecem ao recém nascido.
Infelizmente a história de Jesus, o seu nascimento e o seu modo de viver a simplicidade, o amor, e o amor aos mais pobres, vai marcar profundamente a vida pública de Jesus, está sendo trocada pelo papai Noel, pelo consumismo, pelo luxo. Não digo que não façamos nossa ceia, que não compremos um presente singelo e significativo, mas não podemos trocar e muitos menos se esquecer de quem é a festa, a festa não é do consumismo e muito menos do papai Noel, a festa é de Jesus, Deus que se humaniza, que vem ao nosso encontro, que vem habitar em nosso mundo para nos ensinar a viver como irmãos e irmãs, que nos ensina que o essencial na vida é invisível aos olhos, que a simplicidade, não só de coração, mas de atitude deve marcar a nossa vida. De um Deus que prefere se encarnar em uma realidade simples e optar pelos pobres, isto para nos ajudar a compreender o valor da pessoa humana, da simplicidade, da solidariedade, do respeito a toda forma de vida e do amor aos pobres e de sermos pobres não só de sentimento, mas antes de tudo de eleger aos pequeninos, esquecidos e marginalizados da sociedade e ajudarmos a viver dignamente como seres humanos, vivendo assim, o reino da fraternidade, do amor e da justiça. E que possamos encontrar em cada ser humano a novidade trazida por Jesus Cristo, que cada ser humano é a presença viva do Deus da vida. 
Silas Silva

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