domingo, 25 de março de 2012

Os jovens e a construção da autonomia. Um desafio. Entrevista especial com Hilário Dick


“A juventude quer vivência grupal. Nunca houve tanta busca dessa vivência como nos dias de hoje. Por outro lado, a essência da Igreja é ser comunidade (ecclesia). Não se entende uma Igreja que não seja e não promova a comunidade, o grupo. Por isso a juventude espera acolhida”, diz padre jesuíta.
Confira a entrevista.
A Igreja precisa possibilitar e incentivar aconstrução da autonomia. É a partir dessa percepção que Pe. Hilário Dick (foto) critica as práticas da Igreja e sua relação com a juventude. Para ele, a Jornada Mundial da Juventude – JMJ, evento católico que reúne o maior número de jovens em todo o mundo desde 1980, tem uma pedagogia que não conduz “à transformação social” e tampouco possibilita o protagonismo juvenil na Igreja. “Não se nega que um e outro jovem mude de valores, se ‘converta’, que descubra Jesus Cristoetc., mas poucos são os dados que fazem que o jovem descubra mais a realidade social ou, até mesmo, a própria realidade juvenil em termos mais amplos”. E complementa: “A maior prova disso está na observação de quem é o protagonista dasJornadas: quem fala? Quem decide? Quem ocupa o palco? De forma um tanto dura podemos dizer que a juventude das JMJ é uma massa de manobra da Igreja-Instituição”, provoca, em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.

Em contato com a juventude há mais de 40 anos, ele assegura que, apesar das limitações, “a Igreja e a juventude se encontram: a Igreja naquilo que ela deveria ser e a juventude naquilo que ela sonha com uma instituição como a Igreja”.  E explica: “A juventude quer vivência grupal. Nunca houve tanta busca dessa vivência como nos dias de hoje. É falso dizer que a juventude não quer viver em grupo. Por outro lado, a essência da Igreja é ser comunidade (ecclesia). Não se entende uma Igreja que não seja e não promova a comunidade, o grupo. Por isso a juventude espera acolhida”. Para que esta aproximação seja possível, sugere, o trabalho pastoral com os jovens deve ser entendido como um processo, “que acontece no dia a dia, nos pequenos grupos que se encontram para relacionar-se, viver, estudar, enfrentar questões comuns, celebrar etc.”.
Leia a entrevista em: 

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