Os moradores da aldeia
procuravam a felicidade sem encontrá-la. Um dia alguém lhes falou:
- Gente,
a felicidade esconde-se no fundo daquele poço, lá na praça...
Todos saíram correndo
para o local indicado. Dezenas de mãos fizeram corrente, puxando a corda. E o
balde subia do fundo do poço. Um brilho de expectativa indescritível nos olhos
de todos. Finalmente concretizaram seu grande anseio.
Súbito, a cruel
decepção. Na ponta da corda, apenas um velho balde. Furado, feio, enferrujado e
vazio. Dolorosamente vazio. O grupo se entreolha triste, arrasado. Fora apenas
um sonho, ilusão. Mais uma derrota ao lado de tantas outras. Quebrando o
pungente silêncio, de rosto iluminado, alguém falou:
- Eu
acho que deveríamos agradecer, apesar de tudo... Meia hora atrás, éramos
ilustres desconhecidos. Estranhos na mesma aldeia. A gente se conheceu agora,
chegou mais perto um do outro. esse balde vazio e enferrujado nos aproximou!
No outro lado da corda,
a grande descoberta. A descoberta do grupo, da comunidade. A alegria da
entreajuda, do encontro, da partilha, da amizade. Descoberta maravilhosa com
gosto de esperança, de novas perspectivas desenhadas no horizonte.
Pequena história que se
repete constantemente. Tudo o que nos irmana e aproxima é graça, dom,
benefício. Mesmo que os "baldes da vida" não nos tragam,
necessariamente, a necessidade sonhada, o prêmio que perseguimos, o tesouro
ambicionado. A solidariedade enraíza-se no Evangelho, enlaçando almas e
corações. Sempre que nos chegamos mais perto, um milagre acontece.
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